Jomard Muniz de Britto
“Treze – tive um prazer cruel em deter-me nesse número”.
Marcel Proust invocado por Walter Benjamin.
- Situar a obra-texto-intervenção no CONTEXTO de afinidades, interesses, repertórios, perspectivas enquanto horizonte de leituras. Criticar pode ser o passe livre para CONTEXTUALIZAR. Aprender a apreender.
- Problematizar o ideário estético-ideológico na dinâmica dos JOGOS de LINGUAGEM. Entre metonímias e metáforas encarar situações-limite da estética, da ética e até mesmo das TRANSideologias da contemporaneidade. O desejo de contextualizar se desdobra em ler, reler infinitamente.
- Rever a mitologia da crítica CONSTRUTIVA cuja função jornalística vem sendo o elogio (fácil), a celebração (mínima ou monumental), a religação dos intimismos sombreados pelo poder da mídia. Interroguemos.
- Contrariar demandas de autoria entre a sede e a fama, o acaso e a necessidade, a sorte e a fortuna, a profissão e a profusão dos empreguismos. Em ano eleitoral tudo se facilita ou se complica.
- –“O crítico é estrategista na batalha da literatura”: eis a legítima provocação de Walter Benjamin entre ruínas e suicídios. Pensemos.
- Compreender dialogicamente por argumentação, sem recusar as dialéticas da negatividade, a precisão conceitual e os riscos da experimentação. Criticar interpretando, mas suspendendo julgamentos autoritários.
- Por que nas estantes e telas da internet inumeráveis textos de poesia e narrativas desvelam a redução de escritas e escrituras teóricas?
- Investir nas potencialidades de reinvenção do cotidiano como tarefa de urgências antirrotineiras percorrendo das Altas Literaturas, clássicas e modernas, às práticas literárias dos internautas pelo prazer de forjar e fomentar estéticas da periferia com beijos para Heloisa Buarque de Holanda. Beijemos.
- Entre prova dos nove e novenas, quando alcançaremos o TREZE de Proust a Benjamin? Continuar apostando na crítica sem fetichismo, sem temor nem rancor. Sem facilidades no império dos sentidos narcísicos.
Para baixar o arquivo em PDF, clique aqui.
Acho ótima essa intertextualidade com a crítica literária. Eu mantenho uma oficina literária na net. Para quem quiser participar:
oficina_literaria-subscribe@yahoogrupos.com.br
Saludos. Maria José Limeira.
Para provocar:
Crítica: para quem?
Boa, Thiago.
Essa é uma das perguntas que você vai fazer no dia 13, não? Legal!
Estaremos lá. Abraço.
Bela provocação de Jomard. Estou à disposição. Abs de Carrero
“Por que nas estantes e telas da internet inumeráveis textos de poesia e narrativas desvelam a redução de escritas e escrituras teóricas?”
Concordo, mas pergunto:
E por que nas bibliotecas de teses e dissertações ou nas estantes, inúmeros textos teóricos desvelam a redução de textos de poesia e narrativas nas telas da internet e produções independentes, consagrando apenas os já consagrados há mais de 100 anos?
Bom questionamento, Nice. Uma de nossas preocupações no Laboratório é lançar um olhar sobre a Crítica e produção literárias contemporâneas. Mas, para provocar, não se escreveu nada na Academia sobre a literatura brasileira depois da década de 50?
Bom, depois da década de 50, creio que sim, mas depois da de 90, por exemplo, tenho cá minhas dúvidas e, é bom ressaltar, que lá se vão 20 anos…
Para citar um exemplo, Niti, segue um link:
Click to access Transtextualidade-e-Erotismo-na-Trilogia-de-HH.pdf
Sou uma pessoa que, de alguma forma, compartilha suas inquietações. Mas entendo que a Academia nem sempre acompanha o ritmo da produção contemporânea. Só que há Academias e Academias. Lembro de nossas conversas sobre a USP e não me estranha que pense assim, mas há jovens acadêmicos como o João Martins, que citei acima, que estão muito antenados e, pelo menos aqui, noto alguns avanços no sentido de entender o hoje. Mas também creio que um certo afastamento é necessário para entender uma obra.
No mais, acho que abrir espaços para a crítica, como estamos fazendo, fora do espaço das universidades, mas com uma ligação com elas, é um caminho possível para refletir sobre essa produção, não acha?
Criticar tem algo a ver com ação e reação: é dar a cara a tapa, mas quem quer bater? Ou quem quer fazer um afago? Quais as regras dessa peleja?
Com relação à academia: apenas ela tem o aval de dizer quem poder ser crítico, quem faz boa crítica, o que deve ser criticado? Creio que isso pode ter gerado uma inércia no sentido de que alguém necessite de um empurrão e penso que um dos papeis do Laboratório seja esse.
PS – Se levarmos em conta a Lei de Sturgeon, “noventa por cento de tudo é lixo”.