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Texto em cena na TV Pernambuco


Título: Laboratório: Literatura & Crítica. Nome do episódio: Texto em cena?

Produtor: Wellington de Melo / Jema Produções

Diretor(a): Mariane Bigio

Tempo Total: 30 minutos
Blocos: 3

Sinopse: O programa Laboratório: Literatura & crítica é um talk show com a participação de escritores, críticos, jornalistas e professores que discutem a produção cultural contemporânea no Brasil. Nesta edição, o escritor Bruno Piffardini, um dos curadores do projeto, entrevista o escritor Ronaldo Correia de Brito e Marcodes Lima, professor, cenógrafo, maquiador, encenador e bonequeiro. A conversa passa pelas peculiaridades da Crítica Teatral, as adaptações de textos literários para o palco e o próprio fazer literário. O projeto Laboratório é coordenado pelo escritor Wellington de Melo e tem a curadoria de Bruno Pifardini, Cristiano Ramos, Cristhiano Aguiar  e Jomard Muniz de Brito. O programa vai ao ar na próxima terça-feira (01), a partir das 19h.

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Encanto, teatro e crítica


Ronaldo Correia de Brito e Marcondes Lima cativam a plateia do Hermilo na quarta edição do projeto Laboratório

Uma plateia atenta durante mais de duas horas acompanhou as falas de Marcondes Lima e Ronaldo Correia de Brito, além da performance deste último na edição de julho do projeto Laboratório, que é patrocinado pelo SINPRO-PE. Mediados por um dos curadores do projeto, Bruno Piffardini, os dois convidados discorreram sobre o papel do texto em vários momentos da história do teatro, a recuperação de seu caráter dionisíaco ritual no trabalho de Zé Celso e suas respectivas experiências em transcriações/adaptações de textos literários para o teatro. Opiniões polêmicas que em diversos momentos arrancaram aplausos da plateia.

Marcondes Lima (E) e Bruno Piffardini (D)

Ronaldo Correia de Brito foi bem incisivo no que diz respeito ao trabalho de escritor quando questionado por um participante da plateia sobre os prazos para entrega de livros. “Escrever é um oficio, assim como o carpinteiro ou o padeiro. Eu vivo os olhos ardendo e com dor nas costas de escrever. Não há glamour!”, exclamou. Já Marcondes Lima criticou a falta de ‘alfabetização estética’ por parte de certos segmentos da crítica de teatro, que muitas vezes se limitam a comentários factuais das exibições. “Do mesmo jeito que alguns diretores não gostam de determinados atores, alguns jornalistas simplesmente não gostam de arte!”, sentenciou Lima.

FICÇÃO – A quinta edição do projeto Laboratório, que tem previsão para seis edições nesta primeira temporada, contará com a participação do professor e escritor Rinaldo de Fernandes (UFPB) e Brenda Carlos (UFCG), que discutirão a ficção contemporânea brasileira. Como sempre, as discussões do Laboratório continuam aqui pelo site e pelo Twitter (@olaboratorio). Os organizadores já anunciam que está sendo preparada a segunda temporada do projeto, que continuará sendo realizada no Teatro Hermilo Borba Filho.

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Teatro de homens:


O teatro encenado em contos de Ronaldo Correia de Brito e Marcelino Freire

Por Cristhiano Aguiar

Introdução

Aproveitando o tema “Texto em cena” do Laboratório, que convida o escritor Ronaldo Correia de Brito e o encenador Marcondes Lima, este ensaio se guiará por uma espécie de busca da “cena no texto”. Estudaremos, de maneira breve, de que maneira o teatro é representado em um conto de Ronaldo Correia de Brito, “Cravinho”, publicado em Livro dos homens. Faremos o mesmo com outro conto, desta vez escrito por Marcelino Freire – cuja obra o coletivo Angu, dirigido por Marcondes, já transformou em dois bem-sucedidos espetáculos -, entitulado “Os atores”.

Tanto Freire, quanto Ronaldo, são homens de teatro. Foi nos palcos que Marcelino iniciou a sua carreira e são os palcos que dão a cadência dos seus contos, que facilmente se transformam em encenações. O autor de Livro dos homens, por sua vez, tem encenado há mais de vinte anos o Baile do menino Deus, espetáculo infantil de grande sucesso, assim como possui em seu currículo uma sólida dramaturgia, seja adulta, ou voltada para as crianças.
As perguntas que faremos serão: que tipo de teatro aparece nos contos estudados? Qual a função do teatro em “Cravinho” e “Os atores”? O que significa, para os dois textos, “fingir”, “encenar”, transformar-se em outro, contar uma história em uma cena?

É o que você descobrirá clicando aqui.

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Laboratório #2 – Parte 2


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A fácil crítica aos críticos


Por Cristiano Ramos

Quantas críticas aos críticos de teatro não recaem nas mesmas mazelas que denunciam? Adjetivação inócua, excesso de clichês, nacos grandes de mau-gosto embebidos em formol… Há, sobretudo, uma supervalorização do quesito desonestidade, como se a poeira insalubre acumulada sob a cumplicidade entre profissionais do tablado e críticos fosse a causa, ao invés de resultado das paredes erguidas sobre acidentes de difícil reparação.

Em várias capitais brasileiras, incluindo a pernambucana, onde colocar uma peça em cartaz requer quase que uma profissão de fé, o primeiro desafio assoma: se o texto apenas se faz teatro quando encenado, quando ganha vida sobre o palco, e se muito já foi dito que toda crítica é sim uma espécie de comparação, quais os horizontes de julgamento alcançados pelo crítico?

Para baixar o artigo completo em PDF, clique aqui.

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Paga-se um preço ao criar e paga-se outro por imitar


Publicado na Folha de São Paulo, 17 de abril de 2010.

A partir de livro da professora e pesquisadora Sílvia Fernandes, diretor Gerald Thomas analisa o teatro contemporâneo e aponta a falta de originalidade deste

GERALD THOMAS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Existe um momento quando o teu passado te bate na cara, atropela seus rins e fígados e te deixa em estado de êxtase e dor. Eu estava aqui em Londres, quando me chega o livro de Sílvia Fernandes, “Teatralidades Contemporâneas”.

Trata-se de uma obra densa e compreende muita informação sobre a atualidade (ou não atualidade) do teatro mundial e explora as variantes sobre a vida no palco dessas últimas três décadas. Esse livro foi escrito ao longo de dez anos.

A introdução do livro me menciona de forma incrivelmente simpática. Sempre me senti um ponto de entrada, mas entendo que agora eu seja um ponto de partida. É a vida!

Mas a Sílvia não comete o engano que tantos acadêmicos cometem quando “classificam” uma arte qualquer ou fazem uma “melange” de todas as artes. Sílvia Fernandes toma partido. É uma crítica durona e isso é maravilhoso. Somos muitos nesse livro, ou melhor, somos “todos”. Mas somos, apesar de seres originais, personagens também.

Com exceção de um ou outro, que Sílvia aponta como “o pastiche de todos” ou o imitador sem caráter, somos os personagens ativos numa longa jornada teatral dantesca, brutal, darwiniana, em que a sobrevivência não é a do mais forte, mas do mais persistente.

Falo e escrevo na primeira pessoa. O que seria um diretor sem caráter? Em inglês, esse duplo sentido até que chega a ser engraçado. “Character” significa “personagem” e o teatro é feito deles. E a Sílvia deixa claro quem começou, quem imitou, quem se limitou, quem segue ou quem persegue os verdadeiros “characters”.

Agora, tendo me despedido do teatro através de um artigo no velho blog, mas que está como manifesto no novo blog (http://geraldthomasblog.wordpress.com), vejo minha vida teatral e operística com enorme saudades, mas com uma tremenda resolução: sou um “ponto zero”, um ponto falho, se deixei falhas enormes para trás. Qual ponto falho?

O teatro é uma arte para poucos. Ele sempre existirá, porque o ego de quem se exibe nos palcos sempre estará maior. Esse ego quer explodir, quer se mostrar, quer berrar e ser “tocado” pelo público. Mas o problema é que não estão dizendo nada. Nada que interesse. Então, temos egos vazios, cantando aberrações em tonalidades de cores que se confundem com aquilo que era uma pintura original da época em que se tinha algo a dizer.

Me diverti com texto do crítico de teatro da Folha, Luiz Fernando Ramos, sobre um espetáculo: “Fulano de tal se revela sem rumo nem estilo, como se fosse mais importante soar genial do que servir à obra. Essa fraqueza fica explícita nos três momentos em que as luzes da suposta sala de cinema se acendem. No mais provocativo, quando os atores permanecem olhando o público em silêncio por minutos, repete-se gesto de Gerald Thomas de 20 anos atrás, com menos brilho e mais afetação.

A tal peça queria ser uma bofetada no gosto do público. Consegue ser chata, apesar de desempenhos vigorosos dos intérpretes, da linda iluminação e do cenário funcional de Daniela Thomas.”

Por que me divirto? Porque Ramos se refere ao meu espetáculo “M.O.R.T.E.” (1990) e porque em “Teatralidades…”, o mesmo sujeito é descrito como meu “fiel seguidor”. Onde termina a homenagem e começa o plágio? Ou quando tudo vira caso de polícia?

O que acontece? Falta cultura a essa “falta de cultura?” Sim, pelo que Sílvia aponta existe uma enorme originalidade no teatro das últimas décadas. Se isso não resume a crise e o inescrupulismo em que vivemos, o que mais posso dizer? Uma “nação teatral” conquista sua história com independência, sangue e formula sua própria “constituição” através de uma, duas, três ou mais revoluções.

“MUDAR O MUNDO” (palavras sabias de Julian Beck). Tudo isso tem um preço. Um preço alto e, por isso, o teatro não está mais “mudando o mundo”. Paga-se um preço ao criar, paga-se outro por imitar.

O “teatro-supermercado” de “gadgets” que precisamos para viver é algo chato e sem pensamentos a respeito de si. O teatro não se repensa há tempos. A arte que repete ou imita é retórica, mas não tem opinião!
É a morte, a minha M.O.R.T.E., que significa: “Movimentos Obsessivos e Redundantes para Tanta Estética”. Poucos, nesses 30 anos de teatro revisitados por Sílvia, são pensadores originais da arte. O resto obceca em torno de uma estética velha. Não sei se devo ou não agradecer por essa desgraça.

GERALD THOMAS é diretor e autor teatral

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